terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mike é cultura. Cultura de cana de açúcar, de uva, de seja lá o que em se plantando der. Só que Mike vai estar desisitindo desistir daquela outra, aquela com cê maiúsculo, tipo assim "Cultura". Hoje quem escreve sou eu, Joe, porque Mike está naquela fila, diante da Embaixada do Paraguai, país aonde onde pretende conseguir asilo cultural. 

Mike sempre falou sobre aquelas coisas antigas, tipo a leitura, ela ajuda o cerumano ser humano a ampliar seus horizontes, que é a partir da leitura que agente a gente aprende a pensar, escrever, contar para os outros o que vai pela nossa cabeça, falando ou escrevendo, enfim, que aprendemos a ligar os pontos, juntando a ideia A com a ideia B para chegar na ideia C e por aí vai, tipo musculação mental. (Peraí!, juntar A com B tem limites - neste exato momento, lá na telementirão, a âncora Beltrão consegue juntar na mesma frase Lady Gaga, Darwin e Tchisunami... sei não, acho que Mike está no caminho certo.)

O fato é que houve um fato, um assalto lá no Ceará. E vai que um jornaleiro cobriu, informou para todo o Brasil e a coisa saiu na edição LCD de O Globo, exatamente assim:

FORTALEZA - Uma mulher foi assaltada dentro do cartório em Pindoretama, na Região Metropolitana de Fortaleza, e os ladrões levaram o dinheiro que ela ia usar para pagar a compra de uma casa. Ela contou que ela e o filho foram ao banco, sacaram R$ 37 mil para a compra de uma casa e, quando estavam no cartório, prestes a assinar o contrato, um homem armado entrou e anunciou o assalto.
De o filho da vítima, o assaltante colocou a arma próximo a cabeça dele e pediu que entregasse o dinheiro.
Os R$ 37 mil roubados foi recebido pela mulher de uma indenização do Governo do Estado. Ela mora à margem da CE-040 e esse trecho vai ser duplicado. Agora, a dona de casa ficou sem o dinheiro e vai ter que sair daqui em 30 dias.
A delegada de Pindoretama, responsável pelo caso, disse que a polícia tem pistas do assaltante.

Como assim, pagar a compra de uma casa? Como assim, os R$ 37 mil roubados foi recebido? Como assim, de o filho da vítima, o que é isso? O dinheiro foi recebido de uma indenização do Governo do Estado, a indenização foi lá e pagou, é? Agora, a dona da casa ficou sem o dinheiro - que estilo, fala sério... Mas o mais importante ficou em aberto: a vítima perdeu o dinheiro que "usaria para pagar a casa própria no Ceará". Espero que a compra da casa própria em Pernambuco ou Alagoas não sofra o mesmo contratempo.

Não dá para acreditar no primatismo primarismo do texto, não é? Joe teve a pachorra de capturar a tela para trazer para vocês dois. Vai que Mike mente...

Um, dois, sete, onze, chega...  chega de contar os erros desse baile funk gramático-sintático-semântico. Que estaria menos mal se não escrito por profissional. Afinal, se fosse texto de leitor, tudo bem - não existe diploma de eu-leitor, aquele cara que hoje substitui repórter e redator.

Como é que a leitura, única porta de entrada para a Cultura, pode se criar com exemplos assim? Nestes tempos de inclusão digital, quando milhões de recém-chegados ao mercado dos computadores baratos são expostos à informação, é esse o tipo de coisa que temos que ler no monitor, o substituto do obsoleto livro?

Fico por aqui. Vou ver se alcanço o Mike e pego uma aba na fila. Fui.

Em tempo: Mike pediu para avisar a vocês dois que, caso ele venha a escrever lá do Paraguai, é para verificar se existe um selo holográfico no canto superior direito da página inicial do blog. Se não existir, é porque o texto não é dele.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

As bancadas, essas fábricas de mancadas

Voltei. Fui ali, mas voltei. No caminho, parei por alguns instantes na frente do meu YouTube de vidro. É, ele ainda é vidro - imagens alargadas e pastosas não abrem meu apetite, deixo para vê-las nos restaurantes que vendem comidas e imagens a quilo.

Falar nisso, o que é aquilo? O que são aquelas pessoas atrás da bancada dos telejornais, que raio de idioma elas falam? Não bastasse o tísunami de písicologias e písiquiatrias (tudo a ver com quem cresceu ouvindo ô pissit, você aí da poltrona), temos agora a superbactéria KPC. Sabe aquela bactéria que não é bactéria e está pegando geral? Pois é, ela mesma. Muito bom, qualquer coisa "super" é superlegal para chamar a atenção. Mas alguém devia é chamar a atenção daqueles telejornaleiros. Como assim, bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (ou KPC)? Duvidei, parece coisa de quem lê sem pensar, que acha que sujeitos e predicados ficam nas mesmas posições no mundo todo. E, como diz o outro, não custa pensar. Desconfiei. Procurei uma fonte séria de informação e achei um trabalho científico, coisa com o pomposo título de "Avaliação fenotípica da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em Enterobacteriaceae de ambiente hospitalar"*. Viu só? Caraca, maluco, eu não estava desconfiado à toa - KPC é a enzima C (carbapenemase), produzida pela bactéria KP, e estamos combinados.

Mas como televisão é desinformação e deformação, vamos engolindo sapos e bactérias. E vai que agora alguém é entrevistado e fala assim, desse jeito mesmo: "a superbactéria KPC, ela está se disseminando...". Ei, por que não é "a superbactéria está se disseminando..."? Que raios de ela é esse, de onde veio esse pronomismo, agora que agente a gente já tínhamos tinha conseguido mandar o gerundismo embora? Peraí, vou buscar meu nariz de palhaço para ouvir o resto.

Não deu tempo. Voltei de novo, ou revoltei, e a matéria já tinha terminado. Agora era o ministro Guido Mantega quem falava: "a inflação, ela está sob controle".  Ei, até o ministro? Caraca... Ou o ministro, ele não sabe falar o idioma português ou então desaprendeu, de tanto ouvir telejornaleiros, nesses tempos em que o ensino, ele vive de esperança.

Esperança. Logo depois, veio uma matéria sobre esperança de vida. Legal, é bom ter esperança nessa vida, vou prestar atenção... êpa, obraram de novo, não era nada disso. Era sobre a divulgação do IDH, da Onu. Sabe o IDH, aquele conjunto de algarismos e gráficos que dizem que está tudo mais legal no país do Carnaval? Pois é, aquele IDH. Mas foi só a Onu divulgar o numerológio para vir mais um golpe na última flor do Lacio, etc e tal. Então é isso, acabaram com a expectativa de vida - agora é esperança de vida. E de onde diabos isso pode ter vindo? Só pode ser coisa do espanhol, aquilo que nossos hermanos falam. Só pode ser. Google jacta est... bingo, esperanza de vida! Catzo, essa tal de Ley de Medios... olha o poder que ela tem, ela até faz o idioma de Castella tomar o lugar do meu prezado português. Agora resta aguardar a consolidação do Censo 2010, que vai dizer se o Brasil tem hoje mais campesinos do que camponeses; se tiver mais campesinos, é porque a Ley passou, ninguém soube, ninguém viu, como sói acontecer no Brasil.


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* Da introdução daquele estudo, de autoria de Rosabel Dienstmann, Simone Ulrich Picoli, Gabriela Meyer, Tiago Schenkel e Juçara Steyer: Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é uma enzima produzida por bactérias Gram-negativas (enterobactérias), e sua detecção em isolado bacteriano confere resistência aos antimicrobianos carbapenêmicos, além de inativar penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos(14,15). É importante salientar que os carbapenens compreendem uma classe amplamente utilizada no tratamento de infecções envolvendo Enterobacteriaceaemultirresistente(3).

domingo, 28 de março de 2010

Menos, publiciteiros, menos...

Aí ela aparece. A baiana que quer ser Ivete quando crescer. Com a fala aspirada de adolescente barrão e sem noção, LPP oxigenada e enxaguada com água mineral, que é pra você ficar legal neste carnaval.

Mas aparece como? Como o equivalente louro da Sangalo ou alguma outra ídala badalada-la? Não, ela aparece na telementirão sendo comparada à Net, aquela gente que esburacou o Rio de Janeiro inteiro, na gestão do prefeito nem-quero-lembrar-que-ele-existe, para semear fibras ópticas no nosso subsolo. Lembra disso? Caramba, aquela operação foi mesmo coisa de gente de fibra. Gente de fibra, visão e talão, sorrindo e apertando a mão. Tipo quando deram a praia de Copacabana de presente para o lançamento de um disco da loura(?). Presente de irmão. Em troca, Copacabana ganhou tumulto, quebra-quebra e xixizão.

E por que Leite aparece? Porque o povo impubere da publicidade anda exagerando quando aspira o crescimento de suas carreiras. Menos, gente... assim a coisa já não cheira bem. Tá certo que vocês têm que pegar uma saradona qualquer e convencer a Lady Simpson da poltrona de que aquele abdomen de tanquinho foi obtido em duas semanas, com um Mega Platinum Abdominator Tabajara feito na China. Mas, por exemplo, o que são aqueles dentes que quase quebram o espelho com tanta explosão tipo White, quando todos sabemos que gente bonita assim só usa(va) Crest? Parece coerente a segunda profissão mais antiga do mundo, surgida tipo certamente da necessidade marqueteira da primeira.

E vai que parei para pensar na leitosa baiana, depois de ver um comercial em que uma criança pequena diz quando crescer quero ser igual a ele, olhando para um SUV japonês ao invés de mirar o pai. Paro para pensar nos cafetões da tela gratuita ou paga que estão borrando e andando para o bom senso e para a palavra, já destituída de sentido e estuprada. Parei para pensar naqueles que ficam rodando bolsinha, na esquina de Canal Aberto com TV Por Assinatura (procure em orwell.maps.com), que mostram uma criança bonitinha arrancando flores e plantas do chão, enquanto a voz melosa diz em off: meu galã não poupa esforços para demonstrar seu amor pela Natureza. Não olha agora não, Goebbels, mas acho que você acaba de engolir um frango.

Mas vai que num primor de delírio doublespeak, sou também tipo informado de que a Net e a Clllaudia Leittte - vamos todos triplicar as letras, dizem que a conta bancária acompanha - têm em comum o fato de saberem, como ninguém, trazer para meu lar o melhor da informação, diversão e do lazer.

Então Leittte é conhecida por trazer o melhor disso aí para alguém? Só mesmo denunciando no Juizado das Causas Inacreditáveis. Propaganda enganosa, agravada por "motivo torpe", "fraude intelectual" e "obstrução de inteligência". Isso dá aumento de pena em 2/3 e apreensão dos troféus conquistados nos Festivais de Publicidade Que Assolam o Mundo. Já imaginaram, publiciteiros? Vocês na cadeia, sem aqueles bonequinhos de resina e metal para enfeitar o lar quadrado e gradeado?

Mas espere, ainda tem mais: posso falar à vontade, sem me preocupar com a conta ou a assinatura? Catzo, então aí tem mais... aí tem outro puta agravante ao crime, tipificado como "indução à burrice". Babaquice pura, os lesos cheiraram a carreira e a mesa inteira, junto com a lisura.

Ô da publicidade, está certo que o mundo é dos AlieNets, mas você sabe o que eu quero mais? Quero mais é que você vá se foder. Melhor ainda, que cafungue até morrer, pra me fazer feliz... completamente.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vamos lá minha gente, que a porteira se abriu!

Aí a temporada de propaganda eleitoral foi aberta bem antes do tempo, escancarada, tipo grade de cela. Enquanto Arruda entra, vão saindo da prisão, que só existe na minha imaginação, um ou outro personagem lombrosiano [pode clicar sem medo, Mike também é cultura] da cena política deste país. Sabe como é, né? Todos são iguais perante a lei, mas uns são mais iguais que os outros, como já diziam os porcos daquela fazenda de Orwell. Todos visionários. Orwell e os porcos. E então podem fazer campanha antes da hora, porque agente é legal, agente falamos palavrão no palanque que é pro povo saber que ele é nóis, conosco ninguém podemos, é ilegal sim, e daí?

Não é que em pleno sábado de Carnaval, sou obrigado a saber que num filmete, tipo assim de propaganda eleitoral (não pode, mas pode, lembra?), aquela ex-vice-doutora da Unicamp fala mais ou menos assim: Venha com a gente. Vamos continuar mudando o Brasil. Ela e Lula, que casal bonito. Sobe a cortina, Lombroso sai da cova e aplaude de pé. Vê possibilidade de ressuscitar sua teoria. Mas deixa pra lá que isso é coisa feia, onde já se viu... Outra plastificada, D(!). Marisa Primeira e Única Dama, assiste com ciúmes, mas... fazer o quê? O negócio é ela ir para o país dela e dos filhos, a Itália - que só por um acaso do destino, esse travesso menino, é a terra de Lombroso (não consigo deixar de pensar nele, que coisa...) - quando essa porca miséria desse horroroso teatro se acabar.

Mas sabe que estou começando a gostar da Dilma? Vem com a gente agente!, é disso que este país o Brasil precisa. Tipo com agente do Ministério Público, da Receita e da Polícia Federal, com mandado de prisão, espada na cinta e algema na mão, bão-ba-la-lão. Agente financeiro não; isso já tem muito em Brasília, que o diga aquela assentada do Incra em cuja conta bancária  a Caixa depositou meio que 800 mil unidades da Moeda do Soberano Tesouro, tipo assim destinados ao M$T.

Que venham com a gente agente todos os agentes. Se eles não vierem estamos fodidos, chaveados, bolivarizados, a cidadania encampada e mal paga, passando de mal para muito mal, uma alegoria horrenda do país do Carnaval.

Vamos mudar o Brasil, sim. Vamos colocar ele num avião e levar pra Itália, que lá juíz morre mas não abaixa as calças pra mafioso.

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Da editoria L'etat, c'est moi: por falar em sucessão monárquica, segundo a ABC News, Omar Bin Laden, um dos filhos de Osama Bin Laden, declarou que, se o seu pai for morto, os membros de alto escalão da rede terrorista al-Qaeda que o sucederão provavelmente serão muito piores: their mentality wants to make more violence, to create more problems. Caramba, já pensou?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Eliminações

E vai que resolvi pensar um pouco. Como diz o outro, pensar não custa, dói menos que injeção. Aí pensei: como assim, "como assim"? Resolvi que não mais como assim. Doravante como assado, melhor ainda se grelhado. Tipo eliminar gordura, faz bem para o colesterol, sabe? Ele tá na dele, controlado, o bom HDL tá nas nuvens, quase recorde registrado. É que não quero surpresa, vai que o diabo põe a mesa e cráu - fucks me, if you know what I mean. Saúde is in da house.

Bom carnaval pra todos, não precisa correr que tem pra todo mundo. Menos pros que estão no zoológico plim-plim, tipo assim: eu votei nela porque ela é legal, não quero comer não. Mas também sou tipo legal, sabe, não quero ser eliminado, tipo colesterol, tá ligado? Mas continuo achando que seria mais engraçado com cegos&tarados, em vez de belos&sarados.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Três homens foram enforcados

E vai que três homens foram enforcados em 1911, pelo suposto assassinato do juiz inglês Edmund Berry Godfrey. A execução se deu numa colina, que passou a ser chamada de Greenberry Hill. Os sobrenomes dos condenados eram Green, Berry e Hill.

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... Brasília: bras... ilha... plana... altiplano, planalto, altos planos... ajuda... arruda... círio pará... para, ciro!... chuva, temporal, nevasca, neves... cachorros, cães, sarna, sarney, dálmatas, dilmatas... muitas delas, uma pá de putas, prostiputas lolitas dos deputados no carlton heartbreak hotel, tolas lolas, lulices... céu negro, temerário, temer... Não - nada dá liga com nada no Brasil, volto para Greenberry Hill.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E os dois estavam lá, abraçados, agarradinhos...

Aí eu estava zapeando antes de dormir. Vai que passo por um canal... hmmmm... parece coisa pornô. Um homem deitado de costas no chão, usando um shortinho, com as pernas abertas, jogadas para cima. Por cima dele, encaixado, um outro abraçando ele, tipo agarradinho. Estão lá, paradinhos, um deitado em cima do outro, só curtindo. De repente, sem mais aquela, o de cima se ergue e começa a esmurrar o de baixo. Caramba, um, dois, quatro, nove socos na cara! O que ele ouviu que fez ele ficar emputecido desse jeito? Não ouvi nada, nem o gongo tinha soado, salvando o de baixo.


E era um festival de socos tão ferozes que eles às vêzes erravam o alvo e acertavam o chão. Mas quando acertavam, sai de baixo (com trocadilho e duas pedras de gelo, por favor). Lá pelas tantas começa a sair sangue do saco de pancadas. Em instantes, da cabeça, da testa e da boca escorre o sangue arrancado. A multidão delira, o narrador parece alucinado. Aliás, só pode ser um alucinado, pois diz que o de cima é um rapaz que tem um coração grande. Nessa hora eu pensei tipo assim  putaquepariu, catzo, devo estar ouvindo errado!, não pode ser, ele deve ter dito outra coisa.

E a pancadaria continua tipo cada vez mais selvagem e o de baixo não reage e a multidão urra e exibe faixas e cartazes de torcida e o sangue continua a escorrer e o gongo não toca. Quando acaba o assalto (tipo a  mão armada, mesmo), cada um vai para o seu canto. O vitorioso espécime da raça olha ao redor e saboreia os aplausos, com um leve e desafiador sorriso no rosto. O outro vai acanhado, tipo cabeça baixa, vendo o mundo todo vermelho. Aí começa a avaliação do narrador, que continua empolgado mesmo no intervalo da porradaria, tipo está muito boa a apresentação do fulano, ele é um cara que tem um coração grande! Êpa, eu tinha escutado certo antes, além de ele ser o cara, ainda tem um coração grande...

É isso, o Ministério da Saúde Mental adverte: zapear pode fazer mal. Ainda mais quando se cai num canal como a ESPN, onde dois homens se abraçam e trocam porrada no intervalo entre duas esfregações suadas. Eu estava tipo certo logo de cara, era mesmo um canal pornô. No final das contas, o apanhador no ringue sem centeio terminou fodido, fodido e meio. Perdeu sangue, perdeu por nocaute técnico.

E vai que nos intervalos ainda aparece uma gostosa de biquini anunciando o número do próximo round. Deve ser para atrair público masculino hetero. Duvido que adiante alguma coisa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

No fim das contas, Chávez pode estar certo

Mas tem uma coisa não vou conseguir entender nunca. Os caras da televisão sabem faz tempo que fazem cabeças, tadinhas delas, das cabeças. Sabe aquele povo que inventou de falar "catástrofe humanitária" na telinha de LCD? Que parece que adoça o café com LSD? Pois é, aquele povo. Aí tem lá uns personagens de novela que ficam uns quatro ou nove capítulos imaginando uma revanche ou uma simples sacanagem com algum coitado (coitado vem de coito, é o mesmo que fodido, viu?). Às vêzes tem aquelas personalidades deformadas de sempre. A arte imita a vida é o cacete!, muitas vêzes aquela "arte" ensina os vivos, e mal. Tipo quando uma adolescente (aquela gente que hoje em dia parece que tem entre 6 e 11 anos, sabe?) está vendo a personagem megera planejar uma sacanagem contra alguém, aí vai e pensa hmmm... é isso mesmo que vou fazer com aquela menina que roubou meu namorado!, sabe? Pois é, então dá merda, na televisão e na vida real.

Mas o que me faz achar que o futuro da televisão brasileira é o twitter, é a qualidade dos apresentadores de telejornal. Caramba, que porcaria de textos! Vai que o presidente passa mal. Aí o apresentador olha para a câmera e dispara: O presidente, ele passou mal. Como assim, "o presidente, ele"? Teve uma hora dessas que o pronome entrou onde não devia (êpa!) exatas três vêzes em menos de um minuto, juro!, tipo assim sem um creminho nem nada.

E o "exatamente"? O doutor fulano, ele que é exatamente o presidente do tribunal etcetera e tal... Ah, o "exatamente"... dá tempo para o cara pensar no que vai dizer depois. Tem gente que não consegue pensar e mascar chiclete falar ao mesmo tempo, fica usando assim uns artifícios para ganhar tempo.

Quer saber? O Chávez, sabe aquele coronel meio louco da Venezuela, que gosta tanto de ditadura militar de direita que criou uma só para ele e pintou de vermelho? Pois é, ele mesmo. Acho que o Chávez está certo, tem mais é que controlar as estações de TV que não falam bem dele, ai, ai, ai... onde já se viu, vem já pro meu canto, estação feia! E com a televisão que agente nós temos, penso que o atual presidente do Brasil - não digo o nome porque dá azar - devia continuar copiando Chávez, ir pelo mesmo caminho. Os canais iam ficar só mostrando aquela discurseira feita na hora, costurada sem nexo nem plexo, falando eu sou legal, minha mãe nasceu analfabeta mas nunca teve alguém tão legal como eu na História deste país. Aí dava um sono danado em todo mundo, e a insônia ficava eliminada, por decreto. Mas acho mesmo é que estamos tipo fodidos, sabia? Não? Pois devia saber.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Que $#*&$* de censura nova é essa, Google?

Aí o Google, sabe aquela empresa que ficou gigante pesquisando gigabytes em gigasites no mundo inteiro, você tecla uma palavrinha e ele sabe de tudinho onde ela aparece, tudinho mesmo? Pois é, o Google, aquela empresa, lançou um celular, o Google Nexus One. Bonitinho, cheio de promessas, deixou até os fãs e acionistas da Apple - acertou, aquela empresa do iPhone - em polvorosa. Não, nada a ver com pólvora ou explosão; polvorosa é tipo um estado de ansiedade, meio que como uma ameaça pairando no ar, que a gente não sabe de onde vem, o que será que vai acontecer, essa polvorosa.

Vai que uma das coisas bonitinhas do Nexus One faz bastante nexo. Com aqueles teclados tipo pequenininhos, é uma droga digitar mensagens de texto, né? Mas aí a equipe de projetistas pegou e colocou nele uma função de reconhecimento de voz! Ôba, não vamos mais digitar mensagens, a gente vai meio que falando e o telefone (?) vai escrevendo o ditado, que nem que quando a gente estava lá no primário e a professora ia falando e a gente ia escrevendo. Só que agora a professora somos agente a gente nós e o aluno é o telefone!

Só tem um problema, é que o pessoal do Google aprendeu a censurar. Isso mesmo, o governo chinês gastou um tempão ensinando o Google a esconder alguns resultados quando a pesquisa fosse feita na China. E o Google aprendeu direitinho, que coisa feia, Google. Agora que você diz que pode até sair da China mas não vai mais censurar nada, a gente até quase acreditamos acredita em você. Mas o que foi que o pessoal do Google resolveu fazer? O telefone novo deles censura quando você fala um palavrão, tipo "não escrevo isso não"! No lugar, põe um monte de "###" no texto, que é pra você aprender a ser educado, vai lavar a boca com sabão, onde já se viu!

Aí eu fico pensando naquelas coisas de "o futuro vai ser bem legal, vai ter um monte de coisas bacanas, as máquinas vão ajudar a gente". Pura enganação, quem faz as máquinas faz todo o resto que quiser, faz até censura. E aí o futuro parece que ficou lá atrás, em 1984, quando ia ter essas coisas todas de Big Brother vigiando o povo e ensinando novilíngua e duplifalar. Ei, isso não tem nada a ver com aquele programa idiota de TV não, noutra hora eu explico.

O importante agora é censurar a censura do Google no nosso próximo telefoninho (existe isso, de censurar a censura?). Ô do Google, quer saber? Vai se *@&#%#@!!!

Não acredita nessa história de um telefone censurar o usuário? Sabe ler inglês? Então vai ler a matéria da Reuters. Senão, já sabe, né?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Como assim, "quitando o circo"?

Vai que estou trabalhando e tipo ouvindo televisão ao mesmo tempo, tudo junto. Aí o notíciário acaba, entra um comercial. Quitando o Cirque du Soleil... oba, deve ter algum desconto para quitação antecipada. Ouço com mais atenção, nada de contrapartida. Aguço mais o ouvido, na próxima eu não perco. A próxima chega, tipo Quitando o Cirque du Soleil até o dia 7 de fevereiro. Ponto. Assim mesmo, "quitando até o dia 7 de fevereiro", a frase acaba sem mais aquela.

Aí eu pergunto: que vantagem Maria leva se quitar até o dia 7? Podia ser tipo quitando o Cirque du Soleil até o dia 7, você ainda leva grátis este multi-espremedor-vaporizador-higienizador-aspirador! Nada disso. Eles esperam que eu quite algo, mas não dão o menor troco de volta. Quer saber, Cirque? Feche a quitanda, vá se foder, e estamos quites e quitados.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Jornalismo colaborativo é o cacete

Quem é do ramo sabe que quando uma grande empresa quer colaborar com alguém, alguma coisa escondida tem. Essa história, tipo "jornalismo colaborativo" é um belo de um exemplo.

Vai que o Globo Online gosta muito de jornalismo colaborativo. Sabe o GO, aquele canal online do jornal O Globo? Pois é, ele mesmo. Aí o GO pegou e inventou o eu-repórter, o eu-fotógrafo, criou até o eu-semi-alfabetizado para colaborar com os semi-alfabetizados que escrevem matérias por lá. Como os grandes jornais sempre quiseram meio que o fim da obrigatoriedade do diploma para a prática do jornalismo, para eles ficou bem legal, esse povo todo trabalhando de graça, ora escrevendo mal, ora pior ainda.

Em meio à tragédia que aflige o Haiti, aquele país que praticamente acabou-se sem sequer ter tido a oportunidade de ser uma nação, a edição de hoje do GO consegue fazer ridículo: classifica a situação haitiana como sendo uma "tragédia humanitária". E olha que era texto de jornalista, não de "eu-jornalista".

Vai que alguém podia chegar e dizer assim tipo "Ah, mas deu pra entender, tudo é a mesma coisa, né?". Meio que discordo. No fim das contas, se tudo fosse a mesma coisa, eu podia dizer "vai chupar um prego" ao invés de "passe-me o saleiro, por favor". Vamos e voltemos, oras.

Então eu peguei e escrevi assim pra eles:

Se nessa redação alguém tivesse a necessária intimidade com o idioma, saberia que "humanitário" diz respeito àquilo que é carregado de essência humanista - tudo o que uma tragédia não é, confere?

Que legal, acho que alguém leu; voltei lá para capturar a tela e mostrar aqui, mas já não estava mais daquele jeito. De qualquer forma fica aqui a sugestão: vá se foder, GO. Ou, ao menos, contrate gente que saiba escrever. Leitor pode errar, tudo bem. Afinal, não existe "diploma de leitor".

Atualização: olha que legal, escrevi sobre esse assunto para uma diretora de telejornalismo da Globo, que foi minha professora de jornalismo, e ela meio que gostou, tipo agradeceu e tudo o mais. Valeu, Jackie!


* Mike é jornalista graduado, nestes tempos de jornalismo sem lei.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Fui dar uma espiadinha

Diz que você não fica com uma tentação também, diz. Pois é, eu fiquei. Não tinha mais nada pra fazer nesta noite quente e chuvosa. Fui ver o Big Brother, sabe? É um programa daquele canal de televisão que no meio da novela dá dois closes do volante de um carro. Os dois personagens conversando lá dentro, a câmera pega e vai pro centro do volante, dá um close na marca do carro. Aí o motorista começa a mostrar pra gata que ele consegue mexer no rádio sem tirar as mãos do volante. Close no display do rádio, a estação muda ou o volume aumenta, sei lá. Aí a câmera pega e volta pro volante. Super-legal. Kiazar de quem perdeu isso. Perdeu também outros dois personagens combinando ver "aquele filme do Lula, muito bom!" Inimigos, inimigos, merchandising à parte, sabe? Pois é, aquele canal.

Mas aí fui dar uma espiadinha. Tinha tipo um monte de gente numa piscina. Que bom, uma piscina nesse calorão. Aí teve uma conversa mais ou menos assim, entre dois deles:

É muito feio isso que você tem tatuado no braço, essa suástica!, diz a menina pro menino, indignada.

Não tem nada a ver, isso é um símbolo religioso, responde ele, didaticamente.

Que nada, sabe o que é isso? É o símbolo do holocausto! (quem pôs o "h" aqui fui eu, não sei se ela falou com "h")

Queisso?! A suástica é um símbolo religioso, tem mais de 3 mil anos!, retruca ele, meio inseguro.

Não, você tem que ver o peso cultural que isso tem, argumenta a menina, intelectualizando o debate.

Nada disso, isso é sânscrito, é o símbolo do zen-budismo!, encerra o garotão sarado.

E eu fico assim pensando, sabe, será que ainda vale a pena pensar alguma coisa? Vendo estas duas tribos em disputa, a dos belos e a dos sarados, acho que seria menos triste se fossem outras duas, a dos cegos e a dos tarados. Tipo assim, fim do mundo por fim do mundo, acho que seria melhor gargalhar do que chorar, né? Pois é, eu acho. Acho que esse povo todo tem mais é que se foder.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ô Arruda, vá se foder!

O "Vá se foder" de hoje é do Arruda. Sabe o Arruda? Aquele pilantra que sucedeu o outro pilantra, o Roriz, como governador do DF? Pois é, o Arruda. Aquele que perdoa para ser perdoado, moço comovente, esse. Tem tipo assim cara de ex-seminarista, mesmo.

Pois vai que o presidente da Câmara Distrital (isso é tipo assim Assembléia Legislativa Estadual, mas Brasília não é estado, é distrito, viu?), então o Leonardo imPrudente  (sem partido, ex-DEM), aquele que hoje reassumiu o posto de presidente da Câmara, depois de afastado sob a acusação de comandar um esquema de cobrança de propina e pagamento de mesadas a parlamentares aliados, sabe? Pois é, ele era do DEM e se afastou para evitar processo de expulsão. Então vai que o imPrudente, não satisfeito com sua folha corrida moral, resolveu deixar o povo e a imprensa afastados da sessão de hoje, na Câmara dos Horrores do DF.

O motivo alegado para fazer mais coisas às escondidas? Tipo falta de espaço para todo mundo lá dentro. Pois é, nas meias dele tem espaço para maços de dinheiro, mas na Câmara dos Horrores do DF não cabem nem o povo nem a imprensa. Por falar em não cabe, no site da OAB-DF, cujo presidente é Francisco Caputo - que nas horas vagas opera como advogado do governador Arruda - não cabem notícias desabonadoras sobre o cliente dele. Pois é, no site da OAB não tem mais nenhuma das notícias que se acumularam sobre o escândalo do mensalão do DEM, obra tocada com fervor pelo cliente do Caputo. Lá naquele site da Ordem dos Adi Ade Advogados do Brasil também não tem mais nenhuma notícia ruim sobre o Arruda. O Caputo tá certo, eu também ficava puto se falassem mal de cliente meu, apagava tudo, tudinho mesmo.

E por que o pilantra que preside a Câmara dos Horrores do DF não leva o "Vá se foder" de hoje, mas o chefe dele, o Arruda, leva? Porque o Arruda, merece muito mais, é o mentor da corja, o chefe da quadrilha que assumiu no lugar do bando do Roriz. Só por isso, apesar de ele ser muito bom em perdoar as pessoas, sabe?

A única coisa que afastou meu mau humor hoje foi ouvir, no noticiário da GloboNews, que do lado de fora da Câmara dos Horrores do DF havia gente meio que protestando a favor do Arruda. Como assim, GloboNews? Você não sabe que só se protesta contra? A favor, é manifestação, viu? Fala sério, maluco...

Ô psit, ô da GloboNews, leva o Aulete quando for ao banheiro, tá?

(pro.tes.tar)
v.
1. Manifestar insatisfação, discordância, revolta; RECLAMAR [tr. + contra : Os alunos protestaram contra o excesso de matéria antôn.: Antôn.: acatar, apoiar, aprovar. ] [int. : Os alunos protestaram]
2. Realizar manifestação pública de protesto (como comício, passeata). [td. : Pensavam que protestar na avenida Paulista intimidaria os banqueiros.]
3. Clamar, bradar por. [tr. + por : protestar por melhores salários.]
4. Jur. Cobrar na justiça pagamento de. [td. : protestar um cheque.]
5. Afirmar (a alguém) a intenção de; PROMETER [tdi. + a : O candidato protestou aos eleitores defender a educação pública.]

11/02/2010 - ATUALIZAÇÃO: Arruda se fodeu.

Adiantou se entregar?

Aí o traficante vai e resolve mudar de vida. Entra numa delegacia e se entrega à polícia, levando tipo rádio, drogas e dinheiro do tráfico.

Provavelmente influenciado pela igreja evangélica que ele frequenta (um ponto para esse povo, finalmente!), o dileto disse que fez isso para continuar vivo, tipo a salvo, dentro de uma cela.

Coitado. Não foi preso em flagrante. Vai responder a processo em liberdade. Na boa, esse vai precisar de muita oração. Mesmo não querendo o mal de ninguém, desconfio que o neo-honesto está fodido.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mike Hotel chamando Venezuela, câmbio, câmbio duplo...

Na Venezuela também? Êpa... Está acontecendo tipo assim alguma coisa que não me contaram. Peraí que vou ali googlar "o que se passa com a Humanidade". Caracas, se eu não fizer isso, vou ficar numa ansiedade fodida, sabe? Volto já.


      foto: Reuters



      foto: Reuters

O sustentável peso da felicidade

Vai daí que minha caixa postal entupiu. Mais de duas mensagens cobrando uma explicação. Tá certo, eu não devia ter feito aquele suspense, tá bem, tá bem... quem manda.

É que ontem eu falei sobre - e mostrei - um sorriso de felicidade que causa inveja. Sorriso de satisfação, de atingimento de meta, de aquisição mesmo, sabe? Pois foi exatamente isso, uma aquisição. Depois de dois dias de fila, ela consegui ser a primeira a entrar na loja para aproveitar o saldão pós-Natal-comemoração-do-nascimento-de-Cristo de rede varejista. Sacrificou-se. Triunfou. Comemorou.

Sem mais palavras, nem aquelas tipo feias que trazem toda a emoção do fundo do coração. Feliz 2010 2011 para todos.



     foto: Michel Filho

sábado, 9 de janeiro de 2010

Répi-áua em Sampa

Mas aí vai que o Castro, que é tipo assim meu correspondente em Sampa, foi a um répi-áua lá em Sampa. Répi-áua é meio como que um happy hour, só que todo mundo fala português, é muito legal e divertido. Mas então o dileto Castro foi lá e reportou meio que assim:

São Paulo - Hoje ao final da tarde, tipo assim após uma semana barra pesada em São Paulo, não que São Paulo tenha uma Barra como a do Rio, mas tipo assim, uma barra pesada mesmo, como a do Rio, sabe? Pois é.

Então decidimos ir a um Happy Hour (ou hora feliz como o povo do Serpro prefere). Neste répi o assunto foi "homens vs mulheres". Que coisa mais banal e tosca. Homens são homens, querem mais mulheres, e mais mulheres cada vez mais querem homens. Mas há homens que querem homens, e mulheres que querem mulheres, e homens que querem homens e mulheres, e mulheres que querem mulheres e homens também, inclusive aqueles que não querem só mulheres, sabe? Este papo atentou contra a minha inteligência, muito cabeça.

Teve até um amigo curitibano que participou do répi-áua, estava a perigo, mas resistiu bravamente. Bem que me disseram que curitibanos são outro povo sabe, tipo assim, fechado. Eram três mulheres contra dois homens desprotegidos. A conclusão é que as mulheres querem algo que não sabem bem o que é, e os homens sabem querer as mulheres. Mas no fim tudo deu certo, tudo foi meio assim foda, sabe?

Grande Mestre dos Magos!

Eu nunca fui tipo assim chegado a esoterismos, sabe, tipo Paulo Coelho e suas pérolas de plástico, ou então horóscopos e oráculos. Já trabalhei com Oracle, mas aí já é outra enfermaria. Mas o Paulo Coelho, caramba... não sei como é que um cara fica rico escrevendo tipo haviam certas ovelhas, porém, que demoravam um pouco para levantar.

Como assim, Paulinho? A viagem de bala ainda não acabou? Flexionando o número do verbo "haver", no sentido de "existir"? Haviam mesmo, Paulinho? Eu sei que já houveram eleições em academias de letras que foram lá e puseram Collor e Sarney naquelas cadeiras, sabe aquelas cadeiras velhas? Pois é, puseram eles lá. Houveram porque se tratava daquelas figuras. De resto, houve eleições em que foram reconhecidos escritores como Afonso Arinos, Josué Montello, Vianna Moog, Zélia Gattai, Rachel de Queiroz, Rui Barbosa, Abgar Renault, Jorge Amado... são tantos, tão bons, pensam, conjugam e flexionam tão bem, sabe? Dá até gosto bom na boca de ler, viu? Claro, eu sei, me contaram, nem todos estão vivos. Mas de quem escreve como escreveram, só se pode falar no presente, tá?

(Voltei para atualizar, esqueci de prestar meus respeitos a Cleonice Berardinelli. Eleita para ocupar a cadeira 8 (de Alberto de Oliveira) da ABL há menos de um mês, em 16 de dezembro de 2009, esta doçura de criatura faz meu ouvido ficar embargado quando fala.)

Mas então vai que - antes que eu me esqueça - apareceu na minha frente um mago de verdade, um oráculo sábio e respeitável, que me faz tipo rever meus conceitos nesse dia de canícula de cão, ou seja, quente pra cacete, nego fritando ovo em capô de carro. Mas vai daí que esse Mago (com maiúsculas, mesmo), verdadeiro Mestre, pegou e falou assim:



É isso. Esse aí é fera mesmo, Mago de verdade, meu novo Mestre.

E, Paulo, antes que eu me esqueça, ou você contrata outro ghost para escrever teus livros, com meio grama a mais de decência, ou então vá se foder, na boa.

PS: e você, acha que eu estou fazendo alquimia com a obra do Paulo? Então vem comigo, como dizia o Goulart de Andrade, lembra o Goulart de Andrade, aquele do Comando da Madrugada, que fazia umas matérias muito legais sobre Sampa? Pois é, aquele Goulart de Andrade. Vem comigo. Agora pegue "O Alquimista" (159ª edição, Editora Rocco) e vamos ler juntos. Pega lá o livro, que eu espero.

O pastor contou dos campos de Andaluzia, das últimas novidades que viu nas cidades onde visitara. (pág.24)

Viu só? É para isso que a gente viajamos viaja. Para ter cidades onde visitar.

ou então

A gente sempre acaba fazendo amigos novos, e não precisa ficar com eles dia após dia. (pág. 40)

Essa é tipo fácil, eu quero é ver a alquimia de fazer amigos velhos! Colé, Mané? Cai fora, Aurora!

Ah!, e haviam certas ovelhas na página 22 da mesma edição do mesmo livro. Você gostou destas poucas pérolas? Tem muito mais aqui. Fui.

Atacando o Atacama

Aí o Castro, que é Fidel mas não tem nada a ver com aquele da ilha esquisita, sabe o Castro? Não? Dá uma olhada aqui, noutro dia pensei até que ele estava num shopping lá em Sampa, tipo assim vestindo um terno vermelho.

Mas vai que o Castro é macho, tipo macho paca. Tipo macho pichu. Pois ele vai pegar uma Yamaha Dragstar 650 e dar uma de selvagem da motocicleta, atacando sozinho uns lugares por onde o Guevara andou, sabe o Guevara, aquele médico estudante de medicina burguês revoltado e ainda por cima argentino, que virou argentino assassino em massa? Pois é, o Castro vai dar tipo assim uma de Guevara, só na parte legal. O Castro não é médico, mas uma hora dessas, quando ele estiver na estrada ou de volta, eu conto mais. E tem mais, porque hoje é sabado, você já sabe, né...

A felicidade é bela, o Zeitgeist também. O AI-5 não.

Aí eu estava lendo o noticiário, com aquele monte de notícias ruins, tipo assim AI-5 ressucitado em pleno ano de 2010, sabe, acho que tem a ver com essa moda de vampiros que os produtores de filmes estão empurrando, afinal canino na veia do povo tem tudo a ver com o Zeitgeist.

Aliás, acho que tinha que existir uma Delegacia Especializada de Proteção às Palavras, pra proteger as coitadinhas contra todos os tipos de exploração que elas sofrem no dia a dia (ou "dia dia", como a Band prefere). Maldita inclusão digital! Com essa história de Wikipedia, Google e o cacete, está muito fácil ficar de olho numa palavra, saber mais ou menos onde ela mora, o que ela significa e... pow! dar um bote nela, sequestrar, tirar a roupa dela, torturar, abusar, corromper, distorcer e outras coisas que a gente só vê naqueles filmes de crimes, cheios de investigadores, delegados e promotores.

Zeitgeist é uma destas palavrinhas indefesas, tadinha. De berço nobre, filha de uma troca de ideias entre pensadores alemães, virou um filme que coleciona as teorias da conspiração mais em moda e que foi lançado via Google, caiu na internet e numa vida que, dizem, não é fácil. Não sabe o que quer dizer? Procura na Wikipedia, a mãe dos tolos. Pai dos burros era o dicionário. Wikipedia é a mãe dos tolos porque sempre tem espaço para acolher mais um, qualquer um pode escrever lá, sabia? Aí vem outros tolos, sabe, e acham que tudo que está ali é verdade, pode acreditar, pode levar, madame, tem garantia, não vai se arrepender.

Pois então eu estava lendo o noticiário e vi este sorriso lindo desta mulher, parece coisa de uma realização pessoal sem tamanho, sabe? Fiquei feliz só de ver essa felicidade, tipo assim do topo da pirâmide de Maslow. Será que o filho passou no vestibular? O parto da netinha foi um sucesso, sem problema nenhum? Um tio distante ganhou na mega-sena da virada? Depois é que entendi. Bem de acordo com o espírito do tempo, a felicidade dela é uma felicidade que muitos experimentam. Por enquanto vou deixar aqui apenas esse sorriso inspirador, noutro dia eu mostro de onde ele vem.


E eu sei que você está esperando. Eu já sei disso. Mas hoje eu não estou com vontade de mandar ninguém se foder, não. Porque, sabe, dentre outros motivos, "porque hoje é sábado", como disse o poetinha (não, dia da semana tem nome mas não é próprio, deve ser emprestado ou alugado, por isso começa por minúscula). E também, com esse AI-5 dos sem-terra que vestem macacão de operário e ganham pensão de 28 mil por mês, já estamos fodidos o suficiente, por um bom tempo. Bom fim de semana.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ser-bem humano ou um Net: eis a questão

Quando você viaja pela Tam, você e os outros passageiros por acaso são Tams (aliás, será que o povo da outra acha que quando voamos de Tam é Gol contra)? E quando eu pego e vou lá entupir as artérias no MacDonalds, eu e outros que pagamos mais de cinco dolares por um cheese e uma coca, sabe, aquele líquido preto que é uma droga quando quente, quer dizer então que nós naquela fila somos Macs?

Nunca me ocorreu nada disso. Acho que as duas pessoas que me leem também não pensam tipo assim. Então por que diabos alguém do clã Marinho resolveu achar que sou um Net? Eu, que pago para ver notícias ruins e filmes idiotas, ou então aquelas legendagens que fazem "human well-being" virar "ser-bem humano" ao invés de "bem-estar humano", vou ser um Net assim, de graça, sem receber royalties por esta minha feliz condição? Colé, Mané? Sai fora, Aurora!

E que diabos de conceito publicitário é esse, tipo assim que o "mundo é dos Nets"? Todos sabem que metade do mundo é dos banqueiros que fodem com a poupança alheia e ainda recebem bônus de 400 mil dolares no final do ano, não é mesmo? Isso sem falar na outra metade, que é dos deputados de Brasília que agora querem ter avião oficial para não se misturar com eleitores no aeroporto, nisso eles estão certos, sabe, tipo eleitor cheira mal mesmo.

Notícias e legendagens ruins feitas no sul... filmes idiotas produzidos no norte... sou um Net, assim, na marra e de graça... Quer saber? Acho que eu tenho mais é que me fornicar mesmo (hoje acordei meio comedido).

Nota de protesto

Em protesto contra o egoísmo da Mulher do Padre - veja as cenas dos capítulos anteriores para entender - de agora em diante não vou mais escrever tipo assim "tipo assim". Agora o bicho pegou: vai ser tipo assim ou tipo assim, apenas. E pode ser que venha mais ainda, pela frente. A Mulher do Padre que se foda.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sobre o Mike e o Fidel

Vai que o Castro, que é Fidel mas não é parente daquele outro, sabe, daquela ilha esquisita, então o Castro estava de bobeira num shopping e resolveu ler um destes blogs daí daqui. Então o Castro que é gente muito fina mas mora tipo longe, em São Paulo, escreveu assim:

Camarada, estou numa praça de alimentaçãop de um Shopping, aguardando dar o horário pra uma reunião...e acabei virando centro das atenções... Um cara com notebook, terno e vermelho de tanto rir

No começo até achei meio assim estranho, num shopping de terno vermelho, depois fui ver que vermelho era ele. É gente fina e apesar de usar terno (mora em Sampa, lembra?) tem senso de humor. Também ou tem senso de humor para rir disso aqui, ou então tem mais é que se foder.

Aquele abraço, Fidel!

Tipo assim

Aí eu tava meio assim sem fazer nada, tipo de bobeira, resolvi ver se "tipo assim" estava disponível no blogger. Não estava, veja só:

Domingo, Outubro 07, 2001
Oiiiiiiiiiiiiieeeeeeeeeee!!!!! Gente, que lindo!! Eu vi uma matéria na Capricho falando sobre os blogs e resolvi montar um!!!
Tá uma porcaria mesmo, eu não sei mexer direito nisso... mas... paciência!! Vamos ver no que dá!!!

publicada por *A Mulher do Padre* às 2:20 PM

Você tem razão, Mulher do Padre, ficou mesmo uma porcaria. Mas libera aí esse nome para mim. Ou então vá se foder, tá? Porra, segurando o "tipo assim" desde 2001 com uma droga de post desses... se não deu em nada depois de nove anos, nunca mais vai dar - libera logo, cacete. E tem outra: tava lendo Capricho, é? Então tem mais é que se foder mesmo, em verde e amarelo!

About this, about that

Então eu estava lendo o Globo Online, aquele jornal na internet, sabe, que põe estagiário para comandar a redação e revisar textos. Daí eu peguei e li uma matéria, escrita pela Erica, que começava tipo assim, logo no lide:

"RIO - O grupo internacional de private equity The Carlyle Group comunicou oficialmente nesta quinta-feira..."

Como assim, o grupo de private equity? Mas legal mesmo foi o comentário de um gaiato que foi lá, pegou e escreveu assim:

Beleza! Sabemos agora, graças a esse info handout da Erica, que o grupo de private equity vai ser mais um player do mercado de turismo. Mas falta de apuração dá nisso.

Ela podia ter acrescentado que um dos head officers do Carlyle é o Bush pai; isso dava, tipo assim, um highlight no lance, sabe, tipo um enhancement.

Caraca, maluco, me sinto um alien quando vejo a garotada, que não sabe escrever um texto em português, enfiar inglês no meio para disfarçar.

Quer saber, Erica? Fuck ya.

Aí vem o Boris...

Aí vem o Boris, sabe o Casoy, aquele que achava o CCC (Comando de Caça aos Comunistas) o máximo? Se bem que olhando os "comunistas" de hoje, sei não... Pois é, mas aí vem o Boris e desmoraliza e esvazia o significado da palavra "vergonha".

Boris, Boris... você já sabe, né?

OMG!

Não sei se é só o meu decodificador da Net que está quebrado, ou se todo mundo está ouvindo isso. É que naquelas séries idiotas que passam em alguns canais, os roteiristas sempre enfiam uma expressão de espanto na boca dos personagens (tá bem, tem gente que diz que "personagem" é palavra comum de dois gêneros, mas para mim era masculino e vai continuar assim). Mas aí todos os personagens que se espantam esbugalham os olhos e falam assim: "Ooooh mmmy Gooooood!" Assim mesmo, com uma pronúncia beeeem esticaaaada. Tipo a Oprah naquele vídeo do Black Eyed Peas, sabe aquela banda que passou a existir depois que puseram a gostosa da Fergie cantando? Pois é, tipo a Oprah naquele vídeo do BEP.

Acho que isso é coisa tipo assim uma epidemia, como se fosse um gerundismo de americano estadunidense, que tem que acontecer ao menos uma vez por episódio. Que nem quando alguém chega na cena e meio que se indigna ou se surpreende tem que dizer sempre: "what the hell is going on?!". Mas tem que dizer cantando, cheio de inflexões esquisitas na voz, subindo e descendo o tom enquanto fala, para aumentar a chance de levar um Emmy, tipo jogando conforme as regras.

Quer saber? Quem fica ouvindo essas séries, como eu, tem mais é que se foder.

Aí o Arruda vem e diz...

Aí o Arruda, sabe aquele sucessor do Roriz, que quis terminar o serviço inacabado do Roriz? Pois é, aí ele vem e diz que andaram falando que um dos dois ganhadores da mega-sena da virada devia ser ele, já que ele é de Brasília.

Mas aí o Arruda veio e falou "agora sou culpado até pela mega-sena". Como assim, Arruda? A culpa vaza pelo bolso da calça, mala sem alça? Tudo isso é culpa no cartório, ô simplório? Desde quando especular jocosamente que você possa ser um dos ganhadores tem algo a ver com atribuição de culpa? Cabeça de político lembra até questão de prova do Enade, nada bate com nada, o enunciado é de uma cara de pau total.

Arruda, quer saber? Vai se foder!

Sobre cordas e cadarços

Muito estranho o LHC, aquele anel magnético lá na Suiça, tipo assim um Red Bull de elétrons. Para a teoria do campo unificado dar liga, tem que existir mais umas nove dimensões, além das quatro que a gente conhece, e tem mais. Tem que os átomos e as partículas subatômicas, que a gente aprendeu no colégio que são assim umas bolinhas muito pequenas, que nem no microscópio a gente vê, não são bolinhas.

Não é que dizem que elas tem uma dimensão? Que são tipo assim umas retas no espaço? Que se chamam cordas e supercordas? Que vibram? Que dependendo da frequência de vibração elas ganham suas identidades, tipo assim "Ah, é? Você vibra a 2GHz? Então você é um méson pi. Próxima..." E tem o bóson de Higgs, xiii (alô revisão, não é 13, é xiii, mesmo), esse é o tal, ele atribui grave responsabilidade ao gravitron, que é atribuir gravidade às massas, como se as massas já não estivessem em estado grave.

Mas aí tem gente que acha que lá na Suiça, lá no LHC, eles vão fazer o mundo acabar. Imagine só, esse mundo lindo! Tá certo que os rios estão ficando cheios de bolhas de sabão, tem também as motoserras, o José Serra, a Galisteu, os mercados de derivativos... já não tem tanta lula nem baleia no mar... tem cada vez mais pinguço no bar... já não tem tanto francês na França... Quer saber? Que se foda, deixa os cadarços pra lá.

Esses paulistas...

Paulista é um povo estranho. Os paulistas trabalham um bocado, mas são estranhos. Mas também são rápidos, objetivos e diretos. Quer ver? Pergunte alguma coisa a um paulista. Ele vai começar a resposta assim: "Então...". Viu só? Ele começa pela conclusão, a mente do paulista trabalha rápido, ele chega logo no ponto, você que se foda!

Falar nisso, acho que o Bussunda é quem estava certo, apesar de o lugar mais estranho onde fiz amor ter sido Londres. Aquela terra onde os cientistas acabaram de concluir que não existe o ponto G. Claro que não encontraram, procuraram no lugar errado, na Inglaterra.

Ah, você é um cientista inglês? Então já sabe: foda-se.

Eu

Desde que me entendo por gente gosto muito de escrever. Mas eu acho gente um porre. Sério, gente é muito chato. Inventaram blog e o que as pessoas fizeram? Coisas chatas, sem a menor criatividade. E saiam escrevendo assim:

- Ai, que droga, acordei com dor de cabeça e tenho que aturar meu chefe o dia inteiro...

ou então:

- Pô, maluco, ontem nóis e as mina bebemos todas, tá ligado?

ou ainda:

- Ai, minha menstruação atrasou, vou ter uma conversa séria com o Paulinho...

Que coisa, né? Eu falei, gente é um porre. E você, está achando que isso aqui é igual ao resto? Foda-se.