quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

No fim das contas, Chávez pode estar certo

Mas tem uma coisa não vou conseguir entender nunca. Os caras da televisão sabem faz tempo que fazem cabeças, tadinhas delas, das cabeças. Sabe aquele povo que inventou de falar "catástrofe humanitária" na telinha de LCD? Que parece que adoça o café com LSD? Pois é, aquele povo. Aí tem lá uns personagens de novela que ficam uns quatro ou nove capítulos imaginando uma revanche ou uma simples sacanagem com algum coitado (coitado vem de coito, é o mesmo que fodido, viu?). Às vêzes tem aquelas personalidades deformadas de sempre. A arte imita a vida é o cacete!, muitas vêzes aquela "arte" ensina os vivos, e mal. Tipo quando uma adolescente (aquela gente que hoje em dia parece que tem entre 6 e 11 anos, sabe?) está vendo a personagem megera planejar uma sacanagem contra alguém, aí vai e pensa hmmm... é isso mesmo que vou fazer com aquela menina que roubou meu namorado!, sabe? Pois é, então dá merda, na televisão e na vida real.

Mas o que me faz achar que o futuro da televisão brasileira é o twitter, é a qualidade dos apresentadores de telejornal. Caramba, que porcaria de textos! Vai que o presidente passa mal. Aí o apresentador olha para a câmera e dispara: O presidente, ele passou mal. Como assim, "o presidente, ele"? Teve uma hora dessas que o pronome entrou onde não devia (êpa!) exatas três vêzes em menos de um minuto, juro!, tipo assim sem um creminho nem nada.

E o "exatamente"? O doutor fulano, ele que é exatamente o presidente do tribunal etcetera e tal... Ah, o "exatamente"... dá tempo para o cara pensar no que vai dizer depois. Tem gente que não consegue pensar e mascar chiclete falar ao mesmo tempo, fica usando assim uns artifícios para ganhar tempo.

Quer saber? O Chávez, sabe aquele coronel meio louco da Venezuela, que gosta tanto de ditadura militar de direita que criou uma só para ele e pintou de vermelho? Pois é, ele mesmo. Acho que o Chávez está certo, tem mais é que controlar as estações de TV que não falam bem dele, ai, ai, ai... onde já se viu, vem já pro meu canto, estação feia! E com a televisão que agente nós temos, penso que o atual presidente do Brasil - não digo o nome porque dá azar - devia continuar copiando Chávez, ir pelo mesmo caminho. Os canais iam ficar só mostrando aquela discurseira feita na hora, costurada sem nexo nem plexo, falando eu sou legal, minha mãe nasceu analfabeta mas nunca teve alguém tão legal como eu na História deste país. Aí dava um sono danado em todo mundo, e a insônia ficava eliminada, por decreto. Mas acho mesmo é que estamos tipo fodidos, sabia? Não? Pois devia saber.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Que $#*&$* de censura nova é essa, Google?

Aí o Google, sabe aquela empresa que ficou gigante pesquisando gigabytes em gigasites no mundo inteiro, você tecla uma palavrinha e ele sabe de tudinho onde ela aparece, tudinho mesmo? Pois é, o Google, aquela empresa, lançou um celular, o Google Nexus One. Bonitinho, cheio de promessas, deixou até os fãs e acionistas da Apple - acertou, aquela empresa do iPhone - em polvorosa. Não, nada a ver com pólvora ou explosão; polvorosa é tipo um estado de ansiedade, meio que como uma ameaça pairando no ar, que a gente não sabe de onde vem, o que será que vai acontecer, essa polvorosa.

Vai que uma das coisas bonitinhas do Nexus One faz bastante nexo. Com aqueles teclados tipo pequenininhos, é uma droga digitar mensagens de texto, né? Mas aí a equipe de projetistas pegou e colocou nele uma função de reconhecimento de voz! Ôba, não vamos mais digitar mensagens, a gente vai meio que falando e o telefone (?) vai escrevendo o ditado, que nem que quando a gente estava lá no primário e a professora ia falando e a gente ia escrevendo. Só que agora a professora somos agente a gente nós e o aluno é o telefone!

Só tem um problema, é que o pessoal do Google aprendeu a censurar. Isso mesmo, o governo chinês gastou um tempão ensinando o Google a esconder alguns resultados quando a pesquisa fosse feita na China. E o Google aprendeu direitinho, que coisa feia, Google. Agora que você diz que pode até sair da China mas não vai mais censurar nada, a gente até quase acreditamos acredita em você. Mas o que foi que o pessoal do Google resolveu fazer? O telefone novo deles censura quando você fala um palavrão, tipo "não escrevo isso não"! No lugar, põe um monte de "###" no texto, que é pra você aprender a ser educado, vai lavar a boca com sabão, onde já se viu!

Aí eu fico pensando naquelas coisas de "o futuro vai ser bem legal, vai ter um monte de coisas bacanas, as máquinas vão ajudar a gente". Pura enganação, quem faz as máquinas faz todo o resto que quiser, faz até censura. E aí o futuro parece que ficou lá atrás, em 1984, quando ia ter essas coisas todas de Big Brother vigiando o povo e ensinando novilíngua e duplifalar. Ei, isso não tem nada a ver com aquele programa idiota de TV não, noutra hora eu explico.

O importante agora é censurar a censura do Google no nosso próximo telefoninho (existe isso, de censurar a censura?). Ô do Google, quer saber? Vai se *@&#%#@!!!

Não acredita nessa história de um telefone censurar o usuário? Sabe ler inglês? Então vai ler a matéria da Reuters. Senão, já sabe, né?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Como assim, "quitando o circo"?

Vai que estou trabalhando e tipo ouvindo televisão ao mesmo tempo, tudo junto. Aí o notíciário acaba, entra um comercial. Quitando o Cirque du Soleil... oba, deve ter algum desconto para quitação antecipada. Ouço com mais atenção, nada de contrapartida. Aguço mais o ouvido, na próxima eu não perco. A próxima chega, tipo Quitando o Cirque du Soleil até o dia 7 de fevereiro. Ponto. Assim mesmo, "quitando até o dia 7 de fevereiro", a frase acaba sem mais aquela.

Aí eu pergunto: que vantagem Maria leva se quitar até o dia 7? Podia ser tipo quitando o Cirque du Soleil até o dia 7, você ainda leva grátis este multi-espremedor-vaporizador-higienizador-aspirador! Nada disso. Eles esperam que eu quite algo, mas não dão o menor troco de volta. Quer saber, Cirque? Feche a quitanda, vá se foder, e estamos quites e quitados.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Jornalismo colaborativo é o cacete

Quem é do ramo sabe que quando uma grande empresa quer colaborar com alguém, alguma coisa escondida tem. Essa história, tipo "jornalismo colaborativo" é um belo de um exemplo.

Vai que o Globo Online gosta muito de jornalismo colaborativo. Sabe o GO, aquele canal online do jornal O Globo? Pois é, ele mesmo. Aí o GO pegou e inventou o eu-repórter, o eu-fotógrafo, criou até o eu-semi-alfabetizado para colaborar com os semi-alfabetizados que escrevem matérias por lá. Como os grandes jornais sempre quiseram meio que o fim da obrigatoriedade do diploma para a prática do jornalismo, para eles ficou bem legal, esse povo todo trabalhando de graça, ora escrevendo mal, ora pior ainda.

Em meio à tragédia que aflige o Haiti, aquele país que praticamente acabou-se sem sequer ter tido a oportunidade de ser uma nação, a edição de hoje do GO consegue fazer ridículo: classifica a situação haitiana como sendo uma "tragédia humanitária". E olha que era texto de jornalista, não de "eu-jornalista".

Vai que alguém podia chegar e dizer assim tipo "Ah, mas deu pra entender, tudo é a mesma coisa, né?". Meio que discordo. No fim das contas, se tudo fosse a mesma coisa, eu podia dizer "vai chupar um prego" ao invés de "passe-me o saleiro, por favor". Vamos e voltemos, oras.

Então eu peguei e escrevi assim pra eles:

Se nessa redação alguém tivesse a necessária intimidade com o idioma, saberia que "humanitário" diz respeito àquilo que é carregado de essência humanista - tudo o que uma tragédia não é, confere?

Que legal, acho que alguém leu; voltei lá para capturar a tela e mostrar aqui, mas já não estava mais daquele jeito. De qualquer forma fica aqui a sugestão: vá se foder, GO. Ou, ao menos, contrate gente que saiba escrever. Leitor pode errar, tudo bem. Afinal, não existe "diploma de leitor".

Atualização: olha que legal, escrevi sobre esse assunto para uma diretora de telejornalismo da Globo, que foi minha professora de jornalismo, e ela meio que gostou, tipo agradeceu e tudo o mais. Valeu, Jackie!


* Mike é jornalista graduado, nestes tempos de jornalismo sem lei.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Fui dar uma espiadinha

Diz que você não fica com uma tentação também, diz. Pois é, eu fiquei. Não tinha mais nada pra fazer nesta noite quente e chuvosa. Fui ver o Big Brother, sabe? É um programa daquele canal de televisão que no meio da novela dá dois closes do volante de um carro. Os dois personagens conversando lá dentro, a câmera pega e vai pro centro do volante, dá um close na marca do carro. Aí o motorista começa a mostrar pra gata que ele consegue mexer no rádio sem tirar as mãos do volante. Close no display do rádio, a estação muda ou o volume aumenta, sei lá. Aí a câmera pega e volta pro volante. Super-legal. Kiazar de quem perdeu isso. Perdeu também outros dois personagens combinando ver "aquele filme do Lula, muito bom!" Inimigos, inimigos, merchandising à parte, sabe? Pois é, aquele canal.

Mas aí fui dar uma espiadinha. Tinha tipo um monte de gente numa piscina. Que bom, uma piscina nesse calorão. Aí teve uma conversa mais ou menos assim, entre dois deles:

É muito feio isso que você tem tatuado no braço, essa suástica!, diz a menina pro menino, indignada.

Não tem nada a ver, isso é um símbolo religioso, responde ele, didaticamente.

Que nada, sabe o que é isso? É o símbolo do holocausto! (quem pôs o "h" aqui fui eu, não sei se ela falou com "h")

Queisso?! A suástica é um símbolo religioso, tem mais de 3 mil anos!, retruca ele, meio inseguro.

Não, você tem que ver o peso cultural que isso tem, argumenta a menina, intelectualizando o debate.

Nada disso, isso é sânscrito, é o símbolo do zen-budismo!, encerra o garotão sarado.

E eu fico assim pensando, sabe, será que ainda vale a pena pensar alguma coisa? Vendo estas duas tribos em disputa, a dos belos e a dos sarados, acho que seria menos triste se fossem outras duas, a dos cegos e a dos tarados. Tipo assim, fim do mundo por fim do mundo, acho que seria melhor gargalhar do que chorar, né? Pois é, eu acho. Acho que esse povo todo tem mais é que se foder.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ô Arruda, vá se foder!

O "Vá se foder" de hoje é do Arruda. Sabe o Arruda? Aquele pilantra que sucedeu o outro pilantra, o Roriz, como governador do DF? Pois é, o Arruda. Aquele que perdoa para ser perdoado, moço comovente, esse. Tem tipo assim cara de ex-seminarista, mesmo.

Pois vai que o presidente da Câmara Distrital (isso é tipo assim Assembléia Legislativa Estadual, mas Brasília não é estado, é distrito, viu?), então o Leonardo imPrudente  (sem partido, ex-DEM), aquele que hoje reassumiu o posto de presidente da Câmara, depois de afastado sob a acusação de comandar um esquema de cobrança de propina e pagamento de mesadas a parlamentares aliados, sabe? Pois é, ele era do DEM e se afastou para evitar processo de expulsão. Então vai que o imPrudente, não satisfeito com sua folha corrida moral, resolveu deixar o povo e a imprensa afastados da sessão de hoje, na Câmara dos Horrores do DF.

O motivo alegado para fazer mais coisas às escondidas? Tipo falta de espaço para todo mundo lá dentro. Pois é, nas meias dele tem espaço para maços de dinheiro, mas na Câmara dos Horrores do DF não cabem nem o povo nem a imprensa. Por falar em não cabe, no site da OAB-DF, cujo presidente é Francisco Caputo - que nas horas vagas opera como advogado do governador Arruda - não cabem notícias desabonadoras sobre o cliente dele. Pois é, no site da OAB não tem mais nenhuma das notícias que se acumularam sobre o escândalo do mensalão do DEM, obra tocada com fervor pelo cliente do Caputo. Lá naquele site da Ordem dos Adi Ade Advogados do Brasil também não tem mais nenhuma notícia ruim sobre o Arruda. O Caputo tá certo, eu também ficava puto se falassem mal de cliente meu, apagava tudo, tudinho mesmo.

E por que o pilantra que preside a Câmara dos Horrores do DF não leva o "Vá se foder" de hoje, mas o chefe dele, o Arruda, leva? Porque o Arruda, merece muito mais, é o mentor da corja, o chefe da quadrilha que assumiu no lugar do bando do Roriz. Só por isso, apesar de ele ser muito bom em perdoar as pessoas, sabe?

A única coisa que afastou meu mau humor hoje foi ouvir, no noticiário da GloboNews, que do lado de fora da Câmara dos Horrores do DF havia gente meio que protestando a favor do Arruda. Como assim, GloboNews? Você não sabe que só se protesta contra? A favor, é manifestação, viu? Fala sério, maluco...

Ô psit, ô da GloboNews, leva o Aulete quando for ao banheiro, tá?

(pro.tes.tar)
v.
1. Manifestar insatisfação, discordância, revolta; RECLAMAR [tr. + contra : Os alunos protestaram contra o excesso de matéria antôn.: Antôn.: acatar, apoiar, aprovar. ] [int. : Os alunos protestaram]
2. Realizar manifestação pública de protesto (como comício, passeata). [td. : Pensavam que protestar na avenida Paulista intimidaria os banqueiros.]
3. Clamar, bradar por. [tr. + por : protestar por melhores salários.]
4. Jur. Cobrar na justiça pagamento de. [td. : protestar um cheque.]
5. Afirmar (a alguém) a intenção de; PROMETER [tdi. + a : O candidato protestou aos eleitores defender a educação pública.]

11/02/2010 - ATUALIZAÇÃO: Arruda se fodeu.

Adiantou se entregar?

Aí o traficante vai e resolve mudar de vida. Entra numa delegacia e se entrega à polícia, levando tipo rádio, drogas e dinheiro do tráfico.

Provavelmente influenciado pela igreja evangélica que ele frequenta (um ponto para esse povo, finalmente!), o dileto disse que fez isso para continuar vivo, tipo a salvo, dentro de uma cela.

Coitado. Não foi preso em flagrante. Vai responder a processo em liberdade. Na boa, esse vai precisar de muita oração. Mesmo não querendo o mal de ninguém, desconfio que o neo-honesto está fodido.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mike Hotel chamando Venezuela, câmbio, câmbio duplo...

Na Venezuela também? Êpa... Está acontecendo tipo assim alguma coisa que não me contaram. Peraí que vou ali googlar "o que se passa com a Humanidade". Caracas, se eu não fizer isso, vou ficar numa ansiedade fodida, sabe? Volto já.


      foto: Reuters



      foto: Reuters

O sustentável peso da felicidade

Vai daí que minha caixa postal entupiu. Mais de duas mensagens cobrando uma explicação. Tá certo, eu não devia ter feito aquele suspense, tá bem, tá bem... quem manda.

É que ontem eu falei sobre - e mostrei - um sorriso de felicidade que causa inveja. Sorriso de satisfação, de atingimento de meta, de aquisição mesmo, sabe? Pois foi exatamente isso, uma aquisição. Depois de dois dias de fila, ela consegui ser a primeira a entrar na loja para aproveitar o saldão pós-Natal-comemoração-do-nascimento-de-Cristo de rede varejista. Sacrificou-se. Triunfou. Comemorou.

Sem mais palavras, nem aquelas tipo feias que trazem toda a emoção do fundo do coração. Feliz 2010 2011 para todos.



     foto: Michel Filho

sábado, 9 de janeiro de 2010

Répi-áua em Sampa

Mas aí vai que o Castro, que é tipo assim meu correspondente em Sampa, foi a um répi-áua lá em Sampa. Répi-áua é meio como que um happy hour, só que todo mundo fala português, é muito legal e divertido. Mas então o dileto Castro foi lá e reportou meio que assim:

São Paulo - Hoje ao final da tarde, tipo assim após uma semana barra pesada em São Paulo, não que São Paulo tenha uma Barra como a do Rio, mas tipo assim, uma barra pesada mesmo, como a do Rio, sabe? Pois é.

Então decidimos ir a um Happy Hour (ou hora feliz como o povo do Serpro prefere). Neste répi o assunto foi "homens vs mulheres". Que coisa mais banal e tosca. Homens são homens, querem mais mulheres, e mais mulheres cada vez mais querem homens. Mas há homens que querem homens, e mulheres que querem mulheres, e homens que querem homens e mulheres, e mulheres que querem mulheres e homens também, inclusive aqueles que não querem só mulheres, sabe? Este papo atentou contra a minha inteligência, muito cabeça.

Teve até um amigo curitibano que participou do répi-áua, estava a perigo, mas resistiu bravamente. Bem que me disseram que curitibanos são outro povo sabe, tipo assim, fechado. Eram três mulheres contra dois homens desprotegidos. A conclusão é que as mulheres querem algo que não sabem bem o que é, e os homens sabem querer as mulheres. Mas no fim tudo deu certo, tudo foi meio assim foda, sabe?

Grande Mestre dos Magos!

Eu nunca fui tipo assim chegado a esoterismos, sabe, tipo Paulo Coelho e suas pérolas de plástico, ou então horóscopos e oráculos. Já trabalhei com Oracle, mas aí já é outra enfermaria. Mas o Paulo Coelho, caramba... não sei como é que um cara fica rico escrevendo tipo haviam certas ovelhas, porém, que demoravam um pouco para levantar.

Como assim, Paulinho? A viagem de bala ainda não acabou? Flexionando o número do verbo "haver", no sentido de "existir"? Haviam mesmo, Paulinho? Eu sei que já houveram eleições em academias de letras que foram lá e puseram Collor e Sarney naquelas cadeiras, sabe aquelas cadeiras velhas? Pois é, puseram eles lá. Houveram porque se tratava daquelas figuras. De resto, houve eleições em que foram reconhecidos escritores como Afonso Arinos, Josué Montello, Vianna Moog, Zélia Gattai, Rachel de Queiroz, Rui Barbosa, Abgar Renault, Jorge Amado... são tantos, tão bons, pensam, conjugam e flexionam tão bem, sabe? Dá até gosto bom na boca de ler, viu? Claro, eu sei, me contaram, nem todos estão vivos. Mas de quem escreve como escreveram, só se pode falar no presente, tá?

(Voltei para atualizar, esqueci de prestar meus respeitos a Cleonice Berardinelli. Eleita para ocupar a cadeira 8 (de Alberto de Oliveira) da ABL há menos de um mês, em 16 de dezembro de 2009, esta doçura de criatura faz meu ouvido ficar embargado quando fala.)

Mas então vai que - antes que eu me esqueça - apareceu na minha frente um mago de verdade, um oráculo sábio e respeitável, que me faz tipo rever meus conceitos nesse dia de canícula de cão, ou seja, quente pra cacete, nego fritando ovo em capô de carro. Mas vai daí que esse Mago (com maiúsculas, mesmo), verdadeiro Mestre, pegou e falou assim:



É isso. Esse aí é fera mesmo, Mago de verdade, meu novo Mestre.

E, Paulo, antes que eu me esqueça, ou você contrata outro ghost para escrever teus livros, com meio grama a mais de decência, ou então vá se foder, na boa.

PS: e você, acha que eu estou fazendo alquimia com a obra do Paulo? Então vem comigo, como dizia o Goulart de Andrade, lembra o Goulart de Andrade, aquele do Comando da Madrugada, que fazia umas matérias muito legais sobre Sampa? Pois é, aquele Goulart de Andrade. Vem comigo. Agora pegue "O Alquimista" (159ª edição, Editora Rocco) e vamos ler juntos. Pega lá o livro, que eu espero.

O pastor contou dos campos de Andaluzia, das últimas novidades que viu nas cidades onde visitara. (pág.24)

Viu só? É para isso que a gente viajamos viaja. Para ter cidades onde visitar.

ou então

A gente sempre acaba fazendo amigos novos, e não precisa ficar com eles dia após dia. (pág. 40)

Essa é tipo fácil, eu quero é ver a alquimia de fazer amigos velhos! Colé, Mané? Cai fora, Aurora!

Ah!, e haviam certas ovelhas na página 22 da mesma edição do mesmo livro. Você gostou destas poucas pérolas? Tem muito mais aqui. Fui.

Atacando o Atacama

Aí o Castro, que é Fidel mas não tem nada a ver com aquele da ilha esquisita, sabe o Castro? Não? Dá uma olhada aqui, noutro dia pensei até que ele estava num shopping lá em Sampa, tipo assim vestindo um terno vermelho.

Mas vai que o Castro é macho, tipo macho paca. Tipo macho pichu. Pois ele vai pegar uma Yamaha Dragstar 650 e dar uma de selvagem da motocicleta, atacando sozinho uns lugares por onde o Guevara andou, sabe o Guevara, aquele médico estudante de medicina burguês revoltado e ainda por cima argentino, que virou argentino assassino em massa? Pois é, o Castro vai dar tipo assim uma de Guevara, só na parte legal. O Castro não é médico, mas uma hora dessas, quando ele estiver na estrada ou de volta, eu conto mais. E tem mais, porque hoje é sabado, você já sabe, né...

A felicidade é bela, o Zeitgeist também. O AI-5 não.

Aí eu estava lendo o noticiário, com aquele monte de notícias ruins, tipo assim AI-5 ressucitado em pleno ano de 2010, sabe, acho que tem a ver com essa moda de vampiros que os produtores de filmes estão empurrando, afinal canino na veia do povo tem tudo a ver com o Zeitgeist.

Aliás, acho que tinha que existir uma Delegacia Especializada de Proteção às Palavras, pra proteger as coitadinhas contra todos os tipos de exploração que elas sofrem no dia a dia (ou "dia dia", como a Band prefere). Maldita inclusão digital! Com essa história de Wikipedia, Google e o cacete, está muito fácil ficar de olho numa palavra, saber mais ou menos onde ela mora, o que ela significa e... pow! dar um bote nela, sequestrar, tirar a roupa dela, torturar, abusar, corromper, distorcer e outras coisas que a gente só vê naqueles filmes de crimes, cheios de investigadores, delegados e promotores.

Zeitgeist é uma destas palavrinhas indefesas, tadinha. De berço nobre, filha de uma troca de ideias entre pensadores alemães, virou um filme que coleciona as teorias da conspiração mais em moda e que foi lançado via Google, caiu na internet e numa vida que, dizem, não é fácil. Não sabe o que quer dizer? Procura na Wikipedia, a mãe dos tolos. Pai dos burros era o dicionário. Wikipedia é a mãe dos tolos porque sempre tem espaço para acolher mais um, qualquer um pode escrever lá, sabia? Aí vem outros tolos, sabe, e acham que tudo que está ali é verdade, pode acreditar, pode levar, madame, tem garantia, não vai se arrepender.

Pois então eu estava lendo o noticiário e vi este sorriso lindo desta mulher, parece coisa de uma realização pessoal sem tamanho, sabe? Fiquei feliz só de ver essa felicidade, tipo assim do topo da pirâmide de Maslow. Será que o filho passou no vestibular? O parto da netinha foi um sucesso, sem problema nenhum? Um tio distante ganhou na mega-sena da virada? Depois é que entendi. Bem de acordo com o espírito do tempo, a felicidade dela é uma felicidade que muitos experimentam. Por enquanto vou deixar aqui apenas esse sorriso inspirador, noutro dia eu mostro de onde ele vem.


E eu sei que você está esperando. Eu já sei disso. Mas hoje eu não estou com vontade de mandar ninguém se foder, não. Porque, sabe, dentre outros motivos, "porque hoje é sábado", como disse o poetinha (não, dia da semana tem nome mas não é próprio, deve ser emprestado ou alugado, por isso começa por minúscula). E também, com esse AI-5 dos sem-terra que vestem macacão de operário e ganham pensão de 28 mil por mês, já estamos fodidos o suficiente, por um bom tempo. Bom fim de semana.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ser-bem humano ou um Net: eis a questão

Quando você viaja pela Tam, você e os outros passageiros por acaso são Tams (aliás, será que o povo da outra acha que quando voamos de Tam é Gol contra)? E quando eu pego e vou lá entupir as artérias no MacDonalds, eu e outros que pagamos mais de cinco dolares por um cheese e uma coca, sabe, aquele líquido preto que é uma droga quando quente, quer dizer então que nós naquela fila somos Macs?

Nunca me ocorreu nada disso. Acho que as duas pessoas que me leem também não pensam tipo assim. Então por que diabos alguém do clã Marinho resolveu achar que sou um Net? Eu, que pago para ver notícias ruins e filmes idiotas, ou então aquelas legendagens que fazem "human well-being" virar "ser-bem humano" ao invés de "bem-estar humano", vou ser um Net assim, de graça, sem receber royalties por esta minha feliz condição? Colé, Mané? Sai fora, Aurora!

E que diabos de conceito publicitário é esse, tipo assim que o "mundo é dos Nets"? Todos sabem que metade do mundo é dos banqueiros que fodem com a poupança alheia e ainda recebem bônus de 400 mil dolares no final do ano, não é mesmo? Isso sem falar na outra metade, que é dos deputados de Brasília que agora querem ter avião oficial para não se misturar com eleitores no aeroporto, nisso eles estão certos, sabe, tipo eleitor cheira mal mesmo.

Notícias e legendagens ruins feitas no sul... filmes idiotas produzidos no norte... sou um Net, assim, na marra e de graça... Quer saber? Acho que eu tenho mais é que me fornicar mesmo (hoje acordei meio comedido).

Nota de protesto

Em protesto contra o egoísmo da Mulher do Padre - veja as cenas dos capítulos anteriores para entender - de agora em diante não vou mais escrever tipo assim "tipo assim". Agora o bicho pegou: vai ser tipo assim ou tipo assim, apenas. E pode ser que venha mais ainda, pela frente. A Mulher do Padre que se foda.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sobre o Mike e o Fidel

Vai que o Castro, que é Fidel mas não é parente daquele outro, sabe, daquela ilha esquisita, então o Castro estava de bobeira num shopping e resolveu ler um destes blogs daí daqui. Então o Castro que é gente muito fina mas mora tipo longe, em São Paulo, escreveu assim:

Camarada, estou numa praça de alimentaçãop de um Shopping, aguardando dar o horário pra uma reunião...e acabei virando centro das atenções... Um cara com notebook, terno e vermelho de tanto rir

No começo até achei meio assim estranho, num shopping de terno vermelho, depois fui ver que vermelho era ele. É gente fina e apesar de usar terno (mora em Sampa, lembra?) tem senso de humor. Também ou tem senso de humor para rir disso aqui, ou então tem mais é que se foder.

Aquele abraço, Fidel!

Tipo assim

Aí eu tava meio assim sem fazer nada, tipo de bobeira, resolvi ver se "tipo assim" estava disponível no blogger. Não estava, veja só:

Domingo, Outubro 07, 2001
Oiiiiiiiiiiiiieeeeeeeeeee!!!!! Gente, que lindo!! Eu vi uma matéria na Capricho falando sobre os blogs e resolvi montar um!!!
Tá uma porcaria mesmo, eu não sei mexer direito nisso... mas... paciência!! Vamos ver no que dá!!!

publicada por *A Mulher do Padre* às 2:20 PM

Você tem razão, Mulher do Padre, ficou mesmo uma porcaria. Mas libera aí esse nome para mim. Ou então vá se foder, tá? Porra, segurando o "tipo assim" desde 2001 com uma droga de post desses... se não deu em nada depois de nove anos, nunca mais vai dar - libera logo, cacete. E tem outra: tava lendo Capricho, é? Então tem mais é que se foder mesmo, em verde e amarelo!

About this, about that

Então eu estava lendo o Globo Online, aquele jornal na internet, sabe, que põe estagiário para comandar a redação e revisar textos. Daí eu peguei e li uma matéria, escrita pela Erica, que começava tipo assim, logo no lide:

"RIO - O grupo internacional de private equity The Carlyle Group comunicou oficialmente nesta quinta-feira..."

Como assim, o grupo de private equity? Mas legal mesmo foi o comentário de um gaiato que foi lá, pegou e escreveu assim:

Beleza! Sabemos agora, graças a esse info handout da Erica, que o grupo de private equity vai ser mais um player do mercado de turismo. Mas falta de apuração dá nisso.

Ela podia ter acrescentado que um dos head officers do Carlyle é o Bush pai; isso dava, tipo assim, um highlight no lance, sabe, tipo um enhancement.

Caraca, maluco, me sinto um alien quando vejo a garotada, que não sabe escrever um texto em português, enfiar inglês no meio para disfarçar.

Quer saber, Erica? Fuck ya.

Aí vem o Boris...

Aí vem o Boris, sabe o Casoy, aquele que achava o CCC (Comando de Caça aos Comunistas) o máximo? Se bem que olhando os "comunistas" de hoje, sei não... Pois é, mas aí vem o Boris e desmoraliza e esvazia o significado da palavra "vergonha".

Boris, Boris... você já sabe, né?

OMG!

Não sei se é só o meu decodificador da Net que está quebrado, ou se todo mundo está ouvindo isso. É que naquelas séries idiotas que passam em alguns canais, os roteiristas sempre enfiam uma expressão de espanto na boca dos personagens (tá bem, tem gente que diz que "personagem" é palavra comum de dois gêneros, mas para mim era masculino e vai continuar assim). Mas aí todos os personagens que se espantam esbugalham os olhos e falam assim: "Ooooh mmmy Gooooood!" Assim mesmo, com uma pronúncia beeeem esticaaaada. Tipo a Oprah naquele vídeo do Black Eyed Peas, sabe aquela banda que passou a existir depois que puseram a gostosa da Fergie cantando? Pois é, tipo a Oprah naquele vídeo do BEP.

Acho que isso é coisa tipo assim uma epidemia, como se fosse um gerundismo de americano estadunidense, que tem que acontecer ao menos uma vez por episódio. Que nem quando alguém chega na cena e meio que se indigna ou se surpreende tem que dizer sempre: "what the hell is going on?!". Mas tem que dizer cantando, cheio de inflexões esquisitas na voz, subindo e descendo o tom enquanto fala, para aumentar a chance de levar um Emmy, tipo jogando conforme as regras.

Quer saber? Quem fica ouvindo essas séries, como eu, tem mais é que se foder.

Aí o Arruda vem e diz...

Aí o Arruda, sabe aquele sucessor do Roriz, que quis terminar o serviço inacabado do Roriz? Pois é, aí ele vem e diz que andaram falando que um dos dois ganhadores da mega-sena da virada devia ser ele, já que ele é de Brasília.

Mas aí o Arruda veio e falou "agora sou culpado até pela mega-sena". Como assim, Arruda? A culpa vaza pelo bolso da calça, mala sem alça? Tudo isso é culpa no cartório, ô simplório? Desde quando especular jocosamente que você possa ser um dos ganhadores tem algo a ver com atribuição de culpa? Cabeça de político lembra até questão de prova do Enade, nada bate com nada, o enunciado é de uma cara de pau total.

Arruda, quer saber? Vai se foder!

Sobre cordas e cadarços

Muito estranho o LHC, aquele anel magnético lá na Suiça, tipo assim um Red Bull de elétrons. Para a teoria do campo unificado dar liga, tem que existir mais umas nove dimensões, além das quatro que a gente conhece, e tem mais. Tem que os átomos e as partículas subatômicas, que a gente aprendeu no colégio que são assim umas bolinhas muito pequenas, que nem no microscópio a gente vê, não são bolinhas.

Não é que dizem que elas tem uma dimensão? Que são tipo assim umas retas no espaço? Que se chamam cordas e supercordas? Que vibram? Que dependendo da frequência de vibração elas ganham suas identidades, tipo assim "Ah, é? Você vibra a 2GHz? Então você é um méson pi. Próxima..." E tem o bóson de Higgs, xiii (alô revisão, não é 13, é xiii, mesmo), esse é o tal, ele atribui grave responsabilidade ao gravitron, que é atribuir gravidade às massas, como se as massas já não estivessem em estado grave.

Mas aí tem gente que acha que lá na Suiça, lá no LHC, eles vão fazer o mundo acabar. Imagine só, esse mundo lindo! Tá certo que os rios estão ficando cheios de bolhas de sabão, tem também as motoserras, o José Serra, a Galisteu, os mercados de derivativos... já não tem tanta lula nem baleia no mar... tem cada vez mais pinguço no bar... já não tem tanto francês na França... Quer saber? Que se foda, deixa os cadarços pra lá.

Esses paulistas...

Paulista é um povo estranho. Os paulistas trabalham um bocado, mas são estranhos. Mas também são rápidos, objetivos e diretos. Quer ver? Pergunte alguma coisa a um paulista. Ele vai começar a resposta assim: "Então...". Viu só? Ele começa pela conclusão, a mente do paulista trabalha rápido, ele chega logo no ponto, você que se foda!

Falar nisso, acho que o Bussunda é quem estava certo, apesar de o lugar mais estranho onde fiz amor ter sido Londres. Aquela terra onde os cientistas acabaram de concluir que não existe o ponto G. Claro que não encontraram, procuraram no lugar errado, na Inglaterra.

Ah, você é um cientista inglês? Então já sabe: foda-se.

Eu

Desde que me entendo por gente gosto muito de escrever. Mas eu acho gente um porre. Sério, gente é muito chato. Inventaram blog e o que as pessoas fizeram? Coisas chatas, sem a menor criatividade. E saiam escrevendo assim:

- Ai, que droga, acordei com dor de cabeça e tenho que aturar meu chefe o dia inteiro...

ou então:

- Pô, maluco, ontem nóis e as mina bebemos todas, tá ligado?

ou ainda:

- Ai, minha menstruação atrasou, vou ter uma conversa séria com o Paulinho...

Que coisa, né? Eu falei, gente é um porre. E você, está achando que isso aqui é igual ao resto? Foda-se.